MULHERES REAIS, SEUS BEBÊS, TRABALHO E IMPACTO
Inicia-se em 01 de agosto a 32ªsemana mundial de aleitamento materno. Momento em que órgãos oficias , colaboradores, fãs do tema, postam artigos científicos, orientações, dicas, sugestões (boas e ruins), mães que amamentam, mães que não amamentam. Movimento que traz questões e reflexões no mês dedicado ao tema, nosso “Agosto dourado”.
A cada ano temos a escolha de um tema diferente para ser o foco principal dos trabalhos, mas tudo gira em torno dos cuidados e ações que estimulem e protejam o aleitamento.
Esse ano o tema:” APOIE AMAMENTAÇÃO, FAÇA A DIFERENÇA PARA PAIS E MÃES QUE TRABALHAM”.
Tema vasto e complexo, gira em torno das famílias estruturadas ou não, aonde deve ser acrescentado um bebê e suas necessidades.
Leite materno exclusivo, em livre demanda desde a sala de parto até o sexto mês e continuar até dois anos ou mais. Fácil?? Nunquinha!
São poucas as famílias que têm a felicidade de conseguir ficar em casa amamentando em livre demanda até o sexto mês.
As licenças do trabalho geralmente vão até os quatro meses, além disso muitas mães tem emprego sem um contrato de trabalho, empregos informais, que quando param por conta da gestação/ recém-nascido, não tem uma renda que os mantenha.
E aí nos deparamos com outro problema: para que a mãe saia para trabalhar ou mesmo em home office, precisa que uma outra mãe que por sua vez tem de contar com quem deixar seu filho para trabalhar em sua casa, que por sua vez …..ufa!
As firmas ainda são poucas, aproximadamente 30% delas são Empresas Cidadãs, quatro meses de licença é muito pouco. Com a pandemia veio o Home office, que em um primeiro momento foi ótimo, já pensou? Ficar em casa e poder amamentar em livre demanda?? Em casa as demandas se mantêm, afinal estamos em casa !!!! kkk
Rede de apoio é essencial, mas ai nos deparamos com questões muito enraizadas em nossa cultura. Mulheres tem como herança, uma jornada quíntupla que é acumulada com muita naturalidade. Na economia dos cuidados o trabalho doméstico é completamente desvalorizado ele não tem valor nenhum, mas existe.
A chegada de um bebê necessita novos esquemas. A rede de apoio: companheiro, companheira, avós, funcionários, devem (ou deveriam) ser incentivados a estar junto.
Rede de apoio não ajuda, mas sim deve ocupar espaços, e pode acreditar, eles existem!
Além das dificuldades inerentes ao amamentar/ trabalho/ casa, frases como “Não faço pois você faz tão melhor” ou “Mas acabei de trocar a fralda, de novo ?”
Quantas vezes um “Apoio” sem nenhuma prática com crianças poderia errar ao trocar uma fralda ou dar um banho ou colocar o bebê para arrotar após a mamada?
O apoiar é um trabalho contínuo, uma troca de fraldas exige a colocação de outra, os cuidados não terminam, são movimentos continuados.
Historicamente as mulheres “dão conta”, mas essa estrutura deve ser repensada, reformulada. O tempo da licença é um precioso período para, como quebra cabeças sofisticado, acomodar todas suas peças.
Cuidar da rotina do dia a dia depende de muito trabalho, os Apoios assumirem seus espaços e as mães aceitarem pois, apesar de até podemos fazer melhor e mais rápido, aprender a delegar é uma arte, mantém a sanidade.
Fizemos o acordo da Cinderela: se você lavar passar e cozinhar você pode ir ao baile e então absorvemos esse acordo. Lavar, passar e cozinhar nos dá o ingresso do baile.
Amamentar em livre demanda até o sexto mês e depois até os dois anos leva a repensar prioridades, é doação. Aprender a delegar, diminuir perfeccionismos e nosso entorno para uma tarefa mais nobre. O presente é resultado do passado para que existar um futuro melhor.
Falei que era complexo ???